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domingo, dezembro 18, 2016

Galeria de lembranças

Olha, eu vou te explicar o que acontece comigo quando abro minha galeria de fotos do computador.

[Aqui o ponto central é você. Sempre é. São as suas fotos, mas são as nossas histórias, nossos momentos, nossos sorrisos, nossos beijos, nossos encontros... Mesmo quando é só você ou somente eu nas fotos, somos nós dois, cada um em seu canto, mas com o pensamento no outro. Sempre foi assim.
Ainda que na época do registro não nos conhecêssemos, estava escrito, e mesmo que eu não soubesse, eu já sentia. E mesmo que eu não sentisse, eu já esperava.]

Primeiro o estomago fica bem embrulhado, e daí parece que toda hora sobe algo até a garganta e volta. Eu fico na dúvida se quero vomitar, gritar ou chorar.

Segue.

Os braços já estão bem dormentes nesse momento, da mesma forma que o coração ta batendo muito forte como se eu tivesse subido uns 4 andares, de escada, correndo (se você faz isso bem, parabéns. Eu não).

Às vezes minhas mãos suam muito, outras vezes ficam extremamente secas. Sempre em extremos. Mas é o de menos, já que estou tremendo bastante. Lembrando que os braços estão dormentes.

O estomago dói cada vez mais e a fadiga e a vontade de chorar aumentam.

As pernas balançam sem parar, como se eu estivesse ansiosa por algo. Ansiosa pelo quê? Já vi essas fotos dezenas de vezes... De alguma forma parece novo. As fotos ou os sentimentos.

Eu abro o navegador e pesquiso coisas aleatórias pra disfarçar (ou então pra não morrer de agonia e aflição). Minimizo e a pasta de lembranças está lá, me observando. Rindo de mim, me beijando, me abraçando, dormindo nos meus braços, fazendo careta...

O teto do quarto parece uma tela de cinema agora. Olho pra cima e fico assistindo flashback daqueles iguais os de filme, com risadas, leveza e a incapacidade de imaginar que estaria aqui e agora olhando as suas fotos (nossas fotos), segurando a dor e a vontade desesperada de te pegar nos braços e não soltar nunca mais.


Já me disseram que pode não ser saudável ficar olhando nossas fotos, mas você já teve medo de estar perdendo ou esquecendo cada detalhe de alguém por culpa da distância? Talvez isso te mantenha vivo e nítido dentro de mim. Ou então, quem sabe, esse sentimento doloroso, mas forte, é o que me transporta pra bem perto de você (já que você decidiu desaparecer dos meus sonhos faz tempo)?
Não sei exatamente o porquê de eu insistir nesse ritual, nessa mania que me quebra e me destrói inteira, mas cá estou com as pernas balançando, braços dormentes, estômago embrulhado, nó na garganta e uma vontade imensurável de você.

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