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sexta-feira, agosto 05, 2016

O filho perdido

Quando eu escrevo algo sinto que tô mexendo na parte mais frágil de mim. Eu não penso muito, talvez por isso escrevo pouco. Sinto grande necessidade então escrevo. De dentro de mim vou retirando palavras dotadas de peso e sentimentos, vão se formando frases até que tenho um texto com meu dna. E se depois de feito o texto some, não me resta nada a não ser aceitar. A dor do texto perdido, tô sentindo agora. É como se você abrisse seu coração a um amigo e o retorno fosse uma carinha “:/” ou um “puxa… que triste…”
Eu não tenho em mim gravada nenhuma das palavras escritas. A partir do momento que saíram de mim, se não houver cópia imediata, eu não reconheço mais. Não sou capaz de repetir.
Até parece que com as palavras foram embora também os sentimentos. Quem sabe não é essa a terapia que eu tanto precisava? Escrever e destruir. Libertar.  Pfff. Desapego demais pra quem não aprendeu ainda a perder as coisas.
Ainda sei o que senti, só não sei reproduzir.
Deixa pra próxima, uma hora a dor e choro voltam.

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