Hoje a beleza da escrita invadiu o meu ser. Que lindo é escrever! Você cresce e diminuiu. Como pode? Pode e pronto. Sinto as palavras correrem e gritarem. O mundo já não é o mesmo. A vontade de falar sobre tudo, sobre o mundo, sobre o sorriso, sobre alguém, exala. Ora eu queria ser ouvida, notada, ora queria eu que meus textos fossem só meus. E será que não são? Reconhecimento ou apenas livre expressão? Ainda não determinei, e nem quero. Que seja livre, que seja belo, que aconteça, que permaneça. Quanto menos tempo eu tenho, mais eu os quero fazer. As palavras parecem tão lindas e chamativas. Elas são. Pelo menos para mim. Ah, se eu pudesse passar a noite mergulhada e escondida em meus textos e pensamentos! Mas a vida também corre. A vida vive. Há vida. Que o futuro não me ouça, mas às vezes eu queria jogar tudo para o alto, sentar no banquinho da praça com um caderno surrado, uma caneta que ora funciona, ora falha e viver intensamente para isso. Mas o mundo gira em torna do capital, e vice-versa. Acostumamo-nos com isso. Vivemos para isso. E nada mais além disso. Abrimos mão do que se quer, para seguir o que se é necessário. E o mundo gira. Gira a roda. Gira tudo. Gira o relógio. Estou atrasada. Mas e daí? Esquecer um pouco faz bem para aproveitar todo o resto. Enfim, não há mais tempo. Esgotou. Vou-me embora. Fim. Acabou.
E quem disse que eu quero? Mas as escolhas nem sempre são inteiramente nossas...
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