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sábado, março 10, 2012

Palavras não-pensadas de um poema inacabado


"Não vou procurar por vestígios ou uma forma de encontrar dor
Não quero abrir feridas e nem causar desamor
Se o que fazes não é o certo, descubra sozinho
Não pretendo lhe guiar ou mostrar-te o caminho."

Mesmo que para mim ainda haja um certo desconforto, posto este projeto de poema assim mesmo, inacabado. Não faço questão de me forçar a terminá-lo, pois acredito que o que há de vir, virá. Talvez ele tenha um final. Talvez ele acabe assim. Talvez eu nem saiba o porquê destas palavras, e elas tenham simplesmente acontecido em uma folha de papel qualquer. Também não faço questão de entendê-las, superá-las, ou mostrar quem é que manda. Eu quero mesmo é que elas vivam!
Não precisa fazer sentido. Não precisa fazer nada. Elas falam por elas mesmas de diferentes formas a quem quiser ouvir.
E eu termino, citando não menos do que Dom Casmurro e o seu relato de um soneto que jamais fizera:
"Trabalhei em vão, busquei, catei, esperei, não vieram os versos. Pelo tempo adiante escrevi algumas páginas em prosa, e agora estou compondo esta narração, não achando maior dificuldade que escrever, bem ou mal. Pois, senhores, nada me consola daquele soneto que não fiz. Mas, como eu creio que os sonetos existem feitos, como as odes e os dramas, e as demais obras de arte, por uma razão de ordem metafísica, dou esses dous versos ao primeiro desocupado que os quiser. Ao domingo, ou se estiver chovendo, ou na roça, em qualquer ocasião de lazer, pode tentar ver se o soneto sai. Tudo é dar-lhe uma ideia e encher o centro que falta."

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