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segunda-feira, julho 30, 2012

A arte está lá fora

Aqui dentro é bem legal, até um certo ponto divertido. Mas até onde vai os limites do real e virtual? Não digo do que possa ser exposto, dito, feito. Mas não parece absurdo demais passar mais tempo aqui do que realmente vivendo?
Os valores vem se perdendo no tempo e isso não é novidade. Tudo o que fora contruído ao longo dos anos aglomerou-se nesta caixa virtual, onde o longe torna-se perto, e, apesar desta facilidade da proximidade o que era útil tornou-se fútil. Sempre esteve presente. O fútil não é novo. Contudo, a facilidade do acesso, a inclusão digital, construiu uma fase em que é mais cômodo admirar o belo através desta tela do que saborear um agradável passeio em busca da verdadeira arte.

A arte está lá fora!

A internet nos leva a um mundo novo. Novos lugares, novas canções. Ampliamos nossos conhecimentos, se fizermos bom uso dela. Fazemos amizades para a vida toda, ou não. Conhecemos amores e desamores. Seguimos famosos e famosos-anônimos-populares. É tão extremamente fantástico que nos esquecemos que há vida lá fora. Nos esquecemos que não é a vida um complemento para o virtual, e sim o contrário.

Ouvi dizer que casais assistiam ao pôr-do-sol na praia, no campo, em qualquer lugar. Faziam piqueniques, jogavam vôlei ou praticavam qualquer outro esporte juntos. Sem qualquer necessidade de gastos extremos. Bêbes? Só os imãos mais novos ou primos. Jovens tinham outras prioridades - pelo menos a sua maioria. Falaram-me que meninos achavam fantástico quando viam revistas de mulheres de bíquine. Algo um pouco distante do que eles poderiam ter naquele momento. Meninas ficavam horrorizadas com a situação e ameaçavam contar para o primeiro adulto que vissem. Disseram-me que era assim. Será? Acho incrível a imagem da inocência para aqueles que não convém a malícia. Atualmente temos acesso a todo o tipo de informação. Nada mais é segredo. Tudo é tão acessível que tornou-se besteira proibir. Não há mais aquela educação na qual filhos não passavam das 21hs acordados. Cheguei a pegar uma criação em que a programação televisiva era limitada pelos pais. Hoje em dia isso seria um absurdo. Poupar as crianças da suposta realidade? Seria quase como confiná-los em um quarto escuro sem janelas. Quando na verdade querem poupar os pequenos da sujeira e da alienação. Não é necessário que o caráter seja formado a partir disso. Há uma idade em que o conhecimento do mundo por um todo começa a ser conveniente. Enquanto essa idade não chega é direito da criança uma inocência pura sobre tudo aquilo em que ela vive. Não é feio e nem constrangedor. É lindo e admirável!

Desperta, jovem! Use o que você tem nas mãos para fins úteis. Nada precisa ser tão sério, é claro. Tenha seu lazer tecnológico. Eu gosto, você gosta, todos nós gostamos. Mas criemos limites para nós mesmos. Estamos destruindo a educação dos nossos filhos. Estamos substituindo valores. Pensemos no que fazemos durante o tempo em que acessamos a tão sagrada internet. Não deixe de ser uma filha prestativa no lar. Não é escravidão, é colaborar. Não abra mão das horas com seu pai, ajudando em que precisar. Pais lutam para nos ter, devemos ser gratos a vida inteira.

A vida ainda nos reservou coisas maravilhosas. Nunca saberemos até que levantemos nossas poupanças quadradas da cadeira e comecemos a viver de verdade.

O céu, o mar, as estrelas, flores, natureza. Tudo tão lindo e poético na internet onde todos saberão o que você aprecia. Por que não desfrutar do real e concreto onde só você pode sentir e, futuramente, passar a experiência como algo próprio? Você viveu. Você levantou e viveu. A sensação será única. Melhor do que você pode imaginar vendo aquela imagem belíssima. Aliás! Dê sentido às imagens. Dê sentido a tudo que você lê. É bem melhor para viver.

A arte está na vida. A vida está lá fora. A arte está lá fora!

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