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domingo, março 04, 2012

Pai


Lembro de um passado. Um passado nem tão distante, um passado que se eu pudesse arrancaria das lembranças e o tornaria real. Dói. Dói demais lembrar de tudo e ter apenas que me conformar, pois além disso não há. Eu queria te ter aqui de novo, como fora antigamente, queria fazer valer cada minuto que se passou. A morte, tenho certeza, que não é do que se trata. Não a física. Não a carnal. Mas algo em mim se foi junto com os momentos, junto com a felicidade verdadeira, junto com você. Agradeço ao meu bom Deus por não permitir que me arrancassem você totalmente, apenas afastaram meus sorrisos de amor. Pai! Tão perto e tão distante. Como pode? A saudade vem apertando há cada dia que passa e eu não consigo conter as lágrimas que insistem em rolar com a dor. Sabe aquela poltrona azul à direita da televisão? Aquela que você sentava todas as manhãs de domingo com sua samba-canção e seu roupão velhinho. Sim, essa mesma! Ela poderia dizer por mim as cenas que me vêm à mente com detalhes, e talvez definisse melhor que as próprias palavras o quão importante era pra mim acordar e, como algo programado, ir logo me encaixando ao seu lado, pedindo carinho, recebendo carinho, dando carinho, e fazendo do teu momento o meu também. O nosso! Será que você não sente saudade? Será que lembra do quanto era bom essas horas de pai e filha? Tenho medo que não lembre, que não pense, ou que não seja tão importante quanto fora para mim. Desde o dia em que deixaste de fazer parte desse lar eu não havia sentido dor tão forte ou saudade tão intensa! O amor que tenho por você é incalculável, pai. Passe os dias, meses, anos e eu não vou deixar de te amar, faça-se presente qualquer ausência. Ainda sonho com um novo amanhã, uma nova história. Ainda sonho com  o seu colo. Ainda sonho com você aqui de novo, pra mim, pra gente, para todos nós! Eu te amo tanto, meu pai.

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